quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cada um Vive Como Quer

Por Igor Chiesse*
 

   Neste filme clássico dos distantes anos 70 , Jack Nicholson interpreta um papel um tanto quando diferente em sua trajetória. Nicholson rouba a cena vivendo o papel de Robert Eroica Dupea , um pianista que constantemente muda de estilo de vida , por se cansar das questões do rotineiras da sociedade. Um talentoso pianista, que bruscamente decide abandonar o seu talento e ir em busca de aventuras pessoais , sempre com muita farra e mulheres ao seu redor. O personagem tem um tom de constante aventureiro, pois raramente se encontra fixo em algum lugar. 
   De pianista até operário, uma mudança brusca ao estilo de vida de Robert Eroica Dupea  ( Jack Nicholson ). Robert só resolve voltar a sua casa para poder ver o pai, que estava visivelmente doente. A temática do filme envolve temas da contracultura americana, no auge dos anos 70 aonde os movimentos de liberdade pensamento, expressão foram devidamente expostos ao mundo. Esta temática pode influenciar os que puderem conferir o ótimo trabalho do diretor Bob Rafelson com o ator Jack Nicholson, vivendo aquele que é um dos papéis de maior expressão do ator. Robert Eroica Dupea ( Nicholson ) , tem uma namorada um tanto quanto descontraída e agitada , Rayette Dipesto (Karen Black), é a sua namorada, uma mulher muito bonita porém com pouquíssima inteligência para os demais.Mais do que um simples agitador , um homem em constantes aventuras , no decorrer do filme o personagem concentra-se em uma amor não correspondido , é totalmente fisgado pela presença da jovem  Catherine Van Ost (Susan Anspach), uma exuberante mulher que o faz pensar e refletir algumas questões da vida , tal como o verdadeiro amor e o sentimentalismo sincero que jamais o fizera pensar assim como antes.
   O filme foi o 1º longa metragem produzido pelo diretor  Bob Rafelson em parceria com o ator Jack Nicholson, os demais foram: O Dia dos Loucos (1972), a (1981) e O Cão de Guarda (1992) e sangue e vinho (1997). A brilhante atuação de Jack Nicholson, lhe rendeu 1 indicação ao Oscar de melhor ator. Quem não viu, não pode deixar de conferir este ótimo trabalho, uma verdadeira aula de atuação do ator Jack Nicholson. 

 

Título Original: Five Easy Pieces
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1970




*Publicitário, cartunista e escritor

Programação de junho do Cine Clube foto

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Retorno de Irma Vap


Por Larissa Bastos*

O filme de 2006 é adaptado de "O Mistério de Irma Vap" (The Mistery of Irma Vap), o texto mais popular da dramaturgia de Charles Ludlam que é o pilar deste  longa de Carla Camurati. Tanto a peça (que também é mencionada no filme) quanto o filme trazem Marco Nanini e Ney Latorraca como protagonistas, que se revezam em papéis femininos e masculinos, com atuações excelentes e hilárias. No teatro, a peça passou 11 anos em cartaz, registrada no Guiness Book como a peça de maior tempo em cartaz, mantendo o mesmo elenco.
Marcos Caruso vive Otávio Gomes, que no filme é um dos produtores da montagem original e, junto com Luiz Alberto, o Lula (Leandro Hassum), filho de seu parceiro, pretendem remontar a peça para o teatro. A maior dificuldade é conseguir falar com Tony Albuquerque (interpretado por Marco Nanini), um dos atores da primeira montagem, e que viveu Irma Vap nos palcos. Ele é mantido enclausurado e dominado por sua irmã Cleide, professora rabugenta de piano,  também interpretada por Nanini. 
Para solucionar a questão, Lula e Otávio convidam Darci Lopes (Ney Latorraca), outro ator da peça, agora, um artista esquecido e decadente, para ser o diretor da volta de Irma Vap aos teatros, que será interpretada por atores jovens: Leonardo Aguiar (Thiago Fragoso) e Henrique D’Ávilla (Fernando Caruso). Já que Tony detém os direitos autorais da peça, é uma questão de necessidade que eles cheguem até ele, porém a irmã Cleide, em vez de permitir a aproximação, falsifica a assinatura do irmão e vende os direitos de reprodução do texto.
Dentro deste enredo, há atuações espetaculares e engraçadíssimas, com destaque para Nanini e Latorraca, com personagens que remetem a  "Para Wong Foo, Obrigada por Tudo" de um modo mais ranzinza, porém não menos divertido.


*Larissa é blogueira e crítica de cinema no BLOG TENHO MAIS IRONIA QUE AMIGOS

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Cine Clube Foto homenageia Saramago em Junho


Neste mês de junho a programação do Cine Clube Foto passará por diversas épocas, histórias, personagens, lugares e gêneros. Todas as segundas-feiras, sempre gratuitamente, às 19h30, exibiremos filmes e documentários de diretores brasileiros, além de uma homenagem ao escritor José Saramago - falecido em 18 de junho do ano passado - nos dias 13 e 20.

Para abrir o mês, no dia 6, teremos um filme nacional de 1967, de Glauber Rocha: “Terra em Transe”. Na fictícia República de Eldorado, Paulo Martins é um jornalista idealista e poeta ligado ao político e tecnocrata Porfírio Diaz e sua amante, a meretriz Silvia, com quem também tem um caso. Quando Porfírio se elege senador, Paulo vai para a província de Alecrim, onde conhece a ativista Sara. Juntos eles resolvem apoiar o vereador populista Felipe Vieira para governador na tentativa de lançarem um novo líder político, que guie a mudança da situação de miséria e injustiça que assola o país. No elenco Jardel Filho, Glauce Rocha, José Lewgoy, Paulo Autran, Paulo Gracindo, Francisco Milani, Hugo Carvana, Jofre Soares e Danuza Leão.

No dia 13, exibiremos um filme inspirado no livro homônimo de José Saramago: “Ensaio Sobre a Cegueira”. Produzido pelo Brasil, Japão e Canadá, o filme é dirigido por Fernando Meirelles, com a atriz Alice Braga. Outros grandes atores como Julianne Moore, Mark Ruffalo, Danny Glover e Gael García Bernal também estão no elenco. Uma inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade e as pessoas passam a enxergar tudo branco. A doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas.

Ainda em homenagem a Saramago, no dia 20 exibiremos o documentário “Janela da Alma”, que conta com a participação do escritor. Dirigido por João Jardim e Walter Carvalho, o filme mostra depoimentos de dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual. Da miopia discreta à cegueira total, os convidados contam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. Eles fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão, como o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e a importância das emoções como elemento transformador da realidade – será que ela é a mesma para todos?

Na última segunda-feira, dia 27, teremos mais um documentário: “O Profeta das Cores”, dirigido por Leopoldo Nunes. O filme conta, através de depoimentos, a história de Antonio da Silva Nascimento, que passou a vida em orfanatos, reformatórios, prisões e manicômios, ganhando a liberdade aos 42 anos de idade. Após uma reclusão de 17 anos no Manicômio Judiciário de Franco da Rocha, ele vai morar nas ruas, sob pontes e catando papelão. Antonio descobre então a pintura e intitula-se o Profeta das Cores. Logo torna-se unanimidade de público e crítica, exorcizando a consciência histórica da civilização em seus golpes coloridos contra telas e muros.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Garota da Capa Vermelha


Red Riding Hood - 2011 (EUA, Canadá)


Por Xean *

   Idade Média. Valerie (Amanda Seyfried) é uma jovem que vive em um vilarejo aterrorizado por um lobisomem. Ela é apaixonada por Peter (Shiloh Fernandes), mas seus pais querem que se case com Henry (Max Irons), um homem rico. Diante da situação, Valerie e Peter planejam fugir. Só que os planos do casal vão por água abaixo quando a irmã mais velha de Valerie é assassinada pelo lobisomem que ronda a região.
   Essa é a trama central do filme que é uma versão mais pesada nos cinemas do clássico Chapeuzinho Vermelho, popularizado pelos Irmãos Grimm.
   Com direção de Catherine Hardwicke - a diretora de Crepúsculo, de 2008 - e produção de Leonardo DiCaprio, esse suspense com um pouco de romance  consegue criar um clima de mistério e contar com uma boa direção de arte, mas peca um pouco nos diálogos e  algumas reviravoltas que acontecem muito rapidamente, além da censura branda que estraga algumas cenas. As lutas são muito rápidas e o sangue quase nem aparece quando o lobo/lobisomen ataca as pessoas.
   Parece que a diretora se inspirou em Crepúsculo para fazer esse filme, ao invés de se inspirar no filme Floresta Negra de 1997, a versão pesada da Branca de Neve, um filme muito bom, com um suspense bem pesado mesmo.

   A Garota da Capa Vermelha é muito bem feito, uma boa história, apesar dos pequenos defeitos que não estragam muito a diversão de vê-lo. Vale a pena ver assistir!


*Xean é publicitário