quarta-feira, 11 de julho de 2012

Amores Possíveis: Uma história, três destinos

Marcelo Forlani*

Carlos (Murilo Benício) era apaixonado por Júlia (Carolina Ferraz). Os dois combinam de ir ao cinema. Ela não vai e deixa o pobre rapaz esperando... por quinze anos!!!

A partir deste ponto, a diretora Sandra Werneck (Pequeno Dicionário Amoroso) mostra três possíveis destinos para o que poderia ter acontecido. 1) Carlos se torna um respeitado advogado e é casado com Maria (Beth Goulart); 2) Ele descobre que é gay e se separa de Júlia, trocando a mulher e filho por um colega de futebol; 3) Sem achar o grande amor de sua vida, ele continua vivendo com sua mãe (a impagável Irene Ravache) e vira um mulherengo de marca maior.


A ideia não tem nada de inovadora. Recentemente, Gwyneth Paltrow viveu situação (ou deveríamos dizer situações?) semelhante em De Caso Com o Acaso (Sliding Doors). Se formos pensar pelo ponto de vista de que há vários desfechos para um mesmo início, podemos dizer até que o alemão Corra Lola, Corra é, digamos, "primo mais velho" do filme brasileiro.

Alternativas passadas nas HQs

O futuro alternativo é um recurso utilizado nos quadrinhos há muito tempo. A DC Comics tinha o seu selo "Túnel do tempo". Em contrapartida, a Marvel usava o Vigia (aquele do cabeção) nas histórias do tipo "O que teria acontecido se..." (em inglês, apenas What if...). Ah, não nos esqueçamos das hilárias "What the...", que contam histórias maravilhosas avacalhando todo o Universo Marvel...

Mas assim como os quadrinhos, o cinema não vive só de idéias novas, mas sim de como elas são executadas. Por isso, Amores Possíveis  (romance de 2001) é um projeto que vale a pena ser visto. Filmando as histórias uma-a-uma, a diretora não teve o problema de ver seus atores se atrapalhando na hora de saber qual personagem deveria interpretar. Carolina Ferraz, linda como sempre, mostra que é mais do que um rosto bonito quando encena a esposa amargurada que foi trocada por outro homem. E Murilo Benício dá um show. Principalmente nos papéis em que interpreta o "gay" e o "molecão", este, com um jeito "carioca ixpértu" que não tem como não comparar com o velho de guerra Evandro Mesquita.


  
Crítica retirada do site Omelete

Nenhum comentário:

Postar um comentário