Júlia (Ana Paula Arósio) é a personagem principal na trama, não poderia ser diferente, pois logo após de uma separação (homo-afetiva) a mesma não consegue ficar mais sozinha sem pensar na ex-companheira - a ponto de não pensar em fazer besteiras com a própria vida social e pessoal.
A direção de Malu De Martino está de parabéns, pois
ela conseguiu abordar o assunto da relação homo-afetiva com uma visão
simplesmente adequada à história - sem precisar usar o homossexualismo como
"algo de outro mundo".
Além do que os profissionais
envolvidos em “Como Esquecer”, provaram saber trabalhar em equipe, já que o
filme credita seis escritores e o texto se revela inteligente e bem
desenvolvido.
É curioso acompanhar
a luta e recusa simultâneas de Julia em querer virar a página, já que ela teme
em apagar as melhores lembranças de sua vida, ao mesmo tempo em que está ciente
de que esquecer o episódio é o primeiro passo para voltar a viver. Como reagir
a esse dilema?
A complexidade da personagem encontrou na atriz Ana Paula Arósio sua
intérprete ideal. Arósio encara um papel difícil e propõe um mergulho vertical
na decadência emocional que a protagonista se encontra, surgindo muito
convincente, ainda que os esforços da produção para deixá-la feia e acabada
tenham sido frustrados, porque essa é uma tarefa quase impossível. O ator Murilo Rosa (Hugo), interpreta o estereótipo do amigo gay
hedonista, mas também tem seus momentos, ao passo que Natália Lage (lisa)
é só uma adição na casa para completar o trio de pessoas que choramingam
pelos cantos a dor do amor efêmero.
É perceptível no filme a constante presença de filosofias de vida e um
certo ar de puro intelectualismo (principalmente, por parte de Júlia), pois as
personagens estão em uma busca constante/incessante pela felicidade...
Uma das partes mais emocionantes é quando Júlia, Hugo e Lisa vão morar juntos num lugar
bem afastado do caus urbano, pois em
consequência, acaba anexando todos os problemas de cada um em um único
ambiente, imagine a complexidade desta relação a três.
Tem uma frase bem marcante que Júlia diz:
- O que seria o contrário do amor? Ódio? O que
poderia ser?
Eis, uma pergunta bem intrigante e sagaz, pois é
isso e muito mais que te espera no filme - Como Esquecer.
Fontes: Gazeta Maringá e Leitura Sem Compromisso
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